O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Formação, Livro e Leitura, divulgou o resultado preliminar da seleção do Prêmio Carolina Maria de Jesus de literatura produzida por mulheres – 2023.
A lista traz os nomes das 1461 candidaturas classificadas e estabelece a ordem para a seleção final, prevista para ser divulgada no dia 13 de dezembro.
O número de premiadas, que seriam 40, passou para 70. Cada uma vai receber R$ 50 mil, totalizando investimentos de R$ 3 milhões pelo edital.
O diretor de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, Jéferson Assumção, do MinC, explica as razões do acréscimo de mais 20 vagas na premiação. “O aumento das vagas quanto do investimento tem a ver com o grande volume de interessadas e de projetos que chegaram até nós e, com isso, nós fomos em busca de mais recursos para poder abarcar esse número grande de projetos e a variedade também. Então, é aproveitar esse instrumento, né? Um instrumento de um prêmio literário que tem este sentido de trazer uma nova leva de autoras brasileiras nos mais distintos gêneros. Então, foi muito importante esse impacto, esse interesse pelo prêmio Carolina Maria de Jesus, em função disso, nós, então, conseguimos ampliar o número de premiadas.”
O prêmio recebeu 2619 inscrições. Destas, 1922 foram consideradas aptas a continuar concorrendo ao prêmio.
O objetivo da iniciativa é premiar contos, crônicas, poesias, quadrinhos, romances e roteiros de teatro redigidos em português do Brasil e inéditos, com vistas a fomentar atividades relacionadas à promoção da literatura brasileira produzida por mulheres, valorizar autoras nacionais e incentivar a qualidade literária por meio da realização de concurso.
O diretor Jéferson Assumção destaca que o prêmio é um investimento considerado importante para trazer à tona a diversidade cultural brasileira. “Isso pra nós é bastante importante porque é um investimento que nós consideramos relevante, importante para trazer cada vez mais à tona a diversidade cultural brasileira, a diversidade de escritas. Isso tá dentro de uma política nacional de escrita em que a gente precisa entender novos territórios, novos sujeitos, novos sujeitos políticos, sujeitos culturais. E, no caso desse recorte de uma premiação de literatura feita por mulheres, o sentido é óbvio, da gente mostrar também uma qualidade e uma diversidade da escrita produzida por mulheres, da literatura produzida por mulheres tanto nos quadrinhos, quanto no roteiro de teatro e, fundamentalmente, na prosa e na poesia.”
A análise das obras inscritas considera critérios como impactos artístico-culturais e/ou sociais, domínio técnico e inventividade no uso dos recursos linguísticos, originalidade na relação forma e conteúdo e contribuição à cultura nacional.
Carolina Maria de Jesus é considerada uma das mais importantes escritoras do país. A mineira de sacramento nasceu em 1914. Seu primeiro livro, quarto de despejo: diário de uma favelada, narra o dia a dia de uma mãe, catadora de papel e seus esforços para sobreviver no ambiente da favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo. A obra foi traduzida para 13 idiomas e distribuída em mais de 40 países.
Fonte: Brasil 61
